Em
época de Natal nunca é demais recordar; Prémio Nobel da Paz 2014
Anunciado
em Oslo pelo presidente do Comité Norueguês do Nobel, Thorbjern Jagland, o prémio
Nobel da Paz 2014 foi entregue à ativista paquistanesa Malala Yousufzai e ao
indiano Kailash Satyartthi.
O Comité Nobel chama a atenção para a atribuição do prémio a
"um hindu e a uma muçulmana, um
indiano e uma paquistanesa, que se juntam numa luta comum pela educação e
contra o extremismo" e acrescenta "as crianças têm de ir à escola e não podem
ser financeiramente exploradas". O prémio foi atribuído aos dois
ativistas "pela sua luta contra a
repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação".
Em 2012, a jovem Malala
Yousufzai foi alvo de um atentado por um grupo de
talibans que controlava a região paquistanesa onde vivia. Malala sobreviveu e
tornou-se uma das vozes mais ouvidas na área dos direitos das crianças à
educação. Em 2013, recebeu o Prémio Sakharov, atribuído pelo Parlamento
Europeu. O dia 12 de julho, data do seu
aniversário, foi batizado pela ONU como o “Dia de Malala”. Há um ano, foi
publicada a sua biografia, Eu
Malala, da autoria da jornalista britânica Christina Lamb. Malala é a mais jovem de sempre a
receber o prémio.
Kailash Satyarthi
abandonou uma carreira de engenheiro eletrónico para se dedicar à luta contra o
trabalho infantil nos anos 80. A organização que fundou, Bachpan Bachao
Andolan, já conseguiu retirar perto de 80 mil crianças do trabalho escravo,
conseguindo devolvê-las à educação e ajudar na sua reintegração.
Para o ativista, este prémio representa o "reconhecimento da dor que milhões de
crianças sofrem". Satyarthi é o promotor de vários movimentos da
sociedade civil, incluindo o maior dedicado a este tema, a Marcha Global contra
o Trabalho Infantil, que une muitas organizações não-governamentais de todo o
mundo.
Na Índia, promoveu ações para tornar a educação um direito
constitucional. Na sequência disso, em 2009, foi aprovado no seu país a Lei do
Direito à Educação Gratuita e Obrigatória. Outras leis foram entretanto
aprovadas. Contudo, o problema continua a ser a prática, consequência da
pobreza e da corrupção e também a falta de escolas com boas condições e bons
professores.
Exemplos a não esquecer nesta quadra natalícia.
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