A
evolução da Gateway do Pico e o
transporte aéreo para o Triângulo
A situação atual da gateway do Pico não correspondeu a
qualquer estudo prévio, resultando antes de uma decisão governamental. Quer no
que se refere aos dias da semana escolhidos (segunda e sábado) quer quanto aos
horários (exclusivamente tardios) que impedem a ligação (na saída) aos voos
para a Europa.
O mesmo se passa em relação aos voos
circulares que não obedecem a qualquer lógica empresarial ou de poupança de
recursos, mas que correspondem, compreensivelmente, à fase do início da
operação em que não havia abastecimento de combustível no aeroporto do Pico.
Sabendo que a Terceira não gera tráfego próprio nem de turistas, minimamente
robusto, e vendo o que se passa com a Gateway da Horta, logo se conclui que se
trata de mais um Excel que foi ficando por pura inércia e que hoje apenas
cria confusão e descontentamento quer na Terceira quer no Pico e não serve o
turismo e, ainda menos, serve os residentes. É fundamental que os voos
circulares do Pico sejam pura e simplesmente banidos e equiparados aos da
Horta.
Todos os números disponíveis apontam para um aumento
exponencial do Turismo no Pico, destino considerado um fenómeno turístico
(Diário dos Açores de 23.08.2015), sendo acompanhado por um aumento muito
significativo de São Jorge, ilha que terá de contar com o aeroporto do Pico para
a sua operação turística. Ou seja, o Pico será inevitavelmente a gateway de referência para quem quiser visitar aquela ilha como primeira
preferência.
Sendo, por enquanto, aceitáveis e realistas os dois voos
semanais na época baixa, questiona-se simplesmente o porquê de serem ambos
tardios e circulares sobretudo tendo em atenção que o presente horário de
chegada ao Pico (muito próximo do pôr do sol) potencia os cancelamentos sempre
que houver atrasos superiores a 1 hora. Deverá um ser no horário da manhã
(segunda) e o outro à tarde (sábados) embora desfasado da hora limite para
aterrar no Pico.
Quanto ao Verão IATA, é imprescindível, para a consolidação
e credibilidade da gateway do Pico, a
existência em 2016 de mais um voo semanal (não circular) entre 1 de maio e 30
de setembro em horário articulado com a gateway
do Faial. Mantendo-se os atuais voos às segundas e sábados, sugere-se a
quarta-feira. Note-se que quer este voo quer os outros deverão ser articulados
com ligações marítimas na ida e na chegada com São Jorge e Faial, dentro do
espirito preconizado pelo PIT (Plano integrado de transportes), cuja
implementação tarda.
Nas questões do planeamento dos voos das duas gateways do Triângulo, devem prevalecer
os princípios da equidade e da complementaridade alicerçados em números que
correspondam à realidade da procura e não dos que decorrem de enviesamentos
históricos e de “políticas” de contentamento de clientelas.
Importa ainda assegurar, junto do Governo Regional, que o
apoio público às operações charters,
com campanhas conjuntas de marketing, que envolvem também algumas low costs, caso seja possível, se
estenda ao Triângulo para um charter semanal entre Outubro e Abril proveniente
da Alemanha ou, no mínimo, que os atuais charters
tenham, na entrada, uma ligação ao Triângulo cujos passageiros poderão, desse
modo, beneficiar do usufruto das três ilhas do Triangulo no conceito 1
Passagem=3 Ilhas.
ILS
do Pico
O que se passa com este
equipamento que até agora não foi operacionalizado?
Tanto quanto se diz,
existem dúvidas sobre a capacidade técnica para a SATA Gestão de Aeródromos garantir
a operação deste tipo de equipamentos pelo que se chegou a falar em ceder a
operação do mesmo à NAV, mas nunca se avançou com quaisquer negociações. Assim,
não se vislumbra quando estará operacional um sistema que custou, até agora,
mais de 3 milhões de euros. Em situação similar parece estar o VOR de São
Jorge.