Laboratório
Regional de Enologia dos Açores. Que futuro?
Foi com enorme satisfação que tomei conhecimento das declarações do Secretário Regional dos Recursos Naturais o qual “destacou os bons resultados da atividade vitivinícola verificados na ilha do Pico, que contribuem já para o desenvolvimento económico dos Açores, designadamente, no que diz respeito à produção de uva e de vinho e à sua relação, por exemplo, com o Enoturismo”, lembrando ainda “ajudas significativas provenientes de vários programas específicos, como o Prorural, o Vitis e o Leader e os apoios ao investimento que estão disponíveis para os vitivinicultores açorianos“.
Convém
lembrar que foi justamente por se ter presente o desenvolvimento da
atividade vitivinícola
verificado
na ilha do Pico que o Laboratório
Regional de Enologia (LRE) surge, na sequência da Resolução
do Conselho de Governo nº 33/2008 de 5 de Março
que autoriza a abertura do concurso público com vista à adjudicação
da empreitada da sua construção, nesta Ilha. O
LRE é uma infraestrutura com novecentos metros quadrados que custou
cerca de 1,2 milhões de euros e que foi
construído tendo presente a experiência de vários laboratórios do
país, de forma que o seu layout
fosse o mais adequado para as funções a desempenhar.
Iniciou
o seu funcionamento com os equipamentos que vieram do Laboratório de
Enologia do SDAP. Nomeadamente: Winescan, densímetro eletrónico,
titulador automático, destilador, banho-maria, ultrassons, balanças,
sistema de desmineralização de água, buretas e todo o material
corrente de um laboratório de físico-química.
Desde a sua entrada em
funcionamento até hoje, houve um reforço no seu apetrechamento com:
um destilador de vapor, uma caixa escura com lâmpada de
ultravioleta, um espectrofotómetro, um cromatógrafo gasoso,
espectrómetro de absorção atómica, uma balança analítica e um
sistema de produção de água ultrapura.
O
LRE, dadas as suas enormes potencialidades, está/continua, contudo,
muito longe de dele se retirar o maior proveito possível.
É urgente dar
início ao seu processo de acreditação - tal como já está a
acontecer com a Comissão Vitivinícola Regional. Só um LRE com
métodos de ensaio acreditados poderá ser uma referência nacional e
ter na venda de serviços uma importante fonte de receitas.
Importa
pois ultrapassar alguns constrangimentos. É certo que, embora muito
já tenha sido feito, ainda faltam alguns equipamentos fundamentais -
a acreditação, a
falta de pessoal especializado e de software
de gestão laboratorial
são os mais relevantes. Pôr mãos à obra é o que se pede e se
exige para conclusão deste processo que muitos proveitos trará à
nossa Região.