HUB
PORTUÁRIO / correndo
o risco de me repetir
Na
sequência de várias questões que me foram colocadas, sobretudo nas
redes socias, aqui fica mais este esclarecimento:
No
documento “Reestruturação
e especialização da rede portuária nacional” pode ver-se o
quadro seguinte:
O
referido documento define HUB como:
“portos
com capacidades naturais e construídas para desempenhar funções
comerciais e de distribuição, nomeadamente pela atracão de grandes
navios de carga, contentorizada ou não. Podem (e devem) inserir-se
em redes europeias de TMCD – Autoestradas do Mar, pela
articulação/construção de parcerias com outros portos europeus.”
No caso dos Açores
apenas o Porto de Ponta Delgada aparece, e bem, como HUB Regional,
aparecendo todos os restantes portos como como Regionais ou Locais.
É
evidente que nenhum porto da Região entra na definição de HUB
porque
a sua excentricidade relativamente às rotas internacionais e a falta
de um hinterland
real a servir assim o determinam.
Tal
não invalida que a integração dos portos dos Açores em cadeias
logísticas internacionais, se possível, seja desejável.
Todavia, deve constituir-se como primeira preocupação melhorar o
que já temos, dando a algumas infraestruturas o destino para que
foram concebidas, racionalizando e melhorando serviços.
Nesse
sentido, podíamos e devíamos passar a efetuar o abastecimento de
graneis líquidos às ilhas Graciosa, S. Jorge, Pico, Faial e
Flores/Corvo, a partir do Terminal de Graneis Líquidos da Praia da
Vitória, em contentores cisterna, incentivando e incrementando o
mercado interno. O atual navio que efetua esse abastecimento, a
granel, custa 4M€ por ano. O quadro que se segue exemplifica, para
cada porto, o potencial de crescimento, em termos de movimentos.
|
TOTAL
3 ANOS
|
|
CISTERNA
DE |
|
ILHAS |
2010/2011/2012
|
MÉDIA
ANUAL |
20.000
Litros
|
IDA
E VOLTA/MOVIMENTOS
|
Terceira |
3.200.000
|
1.066.667
|
53
|
107
|
Pico |
62.851.016
|
20.950.339
|
1.048
|
2.095
|
Faial |
89.640.291
|
29.880.097
|
1.494
|
2.988
|
Graciosa |
18.086.149
|
6.028.716
|
301
|
603
|
S. Jorge |
44.197.165
|
14.732.388
|
737
|
1.473
|
Flores/Corvo |
16.301.329
|
5.433.776
|
272
|
543
|
TOTAL |
|
|
3.905
|
7.809
|
Libertando-nos
do custo inerente ao fretamento do atual navio, ficamos com
capacidade financeira para apoiar a aquisição do equipamento de
transporte, que tem uma vida útil de cerca de vinte anos, e
libertamos fundos para pagar o transporte que será anualmente
inferior a metade do custo de fretamento do navio, atualmente, ao
serviço.
Neste
cenário, o acréscimo de movimentos em cada um dos portos, só na
Praia da Vitória é de mais 7.809 movimentos, torna imperiosa a
permanência de um navio porta-contentores LO/LO na Região. Este
sim, seria o início de uma maior regularidade e frequência nas
ligações internas, um forte impulso para o mercado regional e para
o Porto da Paria da Vitória.
Face
a tudo isto
subscrevo as afirmações de um amigo quando afirmou publicamente; “
A
questão aqui deve centrar-se na procura de um parceiro”
porque “
Fazer um HUB na Praia da vitória ou noutro sítio qualquer tem
custos enormíssimos, que nós não temos capacidade de suportar”.
Como é que não fazendo o que está ao nosso alcance e é nossa
obrigação queremos, querem alguns, fazer o que não sabem nem
podem?
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