Líder
versus Chefe
Para liderar não basta ser chefe. Um chefe pode mandar,
mas precisa perfil para ser um líder. Qualquer grupo precisa de
união, de sentir a sua utilidade no cômputo
da união das forças. A um grupo de
cidadãos eleitos que têm como objetivo político defender um
projeto comum, assentam obviamente também estes pressupostos. Na sua
diversidade reside naturalmente a sua maior força, pela
complementaridade de conhecimentos, de experiências profissionais e
de percursos de vida. Recorrer ao contributo de todos para o sucesso
do grupo não é uma atitude de subjugação, mas uma decisão
inteligente. Usar a diversidade dos quadros que integram um grupo
para o sucesso deste na frente do combate político é uma mais-valia
que quaisquer dirigentes deveriam prezar. No entanto, fatores de
ordem pessoal, inseguranças diversas, egos transbordantes,
entretidos mais em escolher o melhor perfil para a fotografia do que
em distribuir inteligentemente o trabalho, motivando as pessoas que
compõem
o grupo, deitam por terra uma evidente
necessidade de coesão e coerência.
A
juventude deve ser um bem a preservar pelo capital de futuro que
encerra, de fundamental arejamento e de renovação que todas as
organizações necessitam. Porém, há grupos em que esta juventude
padece de vícios velhos, alguns já esquecidos ou em desuso, como o
controle das pessoas, das suas posições e das suas convicções. E,
apesar de serem encimados por jovens, estes trazem, à falta de
melhor currículo académico e/ou profissional, a arrogância dos
modos, a sobranceria da falta de estudo e o desprezo que reside na
sua ignorância e insegurança pessoais – decorrentes do facto de
nunca terem exercido uma profissão conhecida, ou reconhecida. O
problema será certamente este: o da comparação. Porque quando se
comparam o resultado é irremediavelmente confrangedor. É miserável.
E explica aquilo que se suspeitava nas atitudes. O medo tolhe e, por
isso, se promovem os incompetentes, se menosprezam os conhecedores e
se desprezam os especialistas. Nenhuma organização empresarial de
sucesso funcionaria assim, mas no mundo da política atual há
organizações que o fazem. Para mal de todos nós na leitura mais
imediata, para mal deles próprios a longo prazo, mesmo que, à
primeira vista, o não pareça.
Tal
como afirmou Mahatma Gandhi, “Não
precisamos apagar a luz do próximo para que a nossa brilhe”.
Claro que só se aplica a quem ainda sobra alguma réstia de luz
própria.
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