sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A saúde no Pico; mais uma reflexão - Publicado no Jornal do Pico a 28 de Fevereiro de 2105


A saúde no Pico; mais uma reflexão



Começo por esclarecer que não é verdade que os eleitos pelo Pico não tenham vindo a tomar regularmente posição sobre esta importante questão. Eu próprio o tenho feito com acentuada regularidade até porque, contrariamente a alguns, sou um utente que, por opção, vive no Pico.



Outros esquecem a responsabilidade que têm, mas não querem assumir. Lembro o que se passou com a construção e posterior utilização do então novo Centro de Saúde de São Roque que nunca atingiu os fins para que tinha sido/foi construído. Não aceito a possibilidade de situação idêntica ocorrer com a nova unidade de saúde construída na Madalena.



Vivemos tempos, que se bem geridos, poderão constituir-se como a grande oportunidade para se implementar uma viragem histórica do sector da saúde na nossa Ilha.



É legítimo, até porque essa espetativa foi criada pelos governantes, exigir-se que o novo edifício seja muito mais do que um simples centro de saúde. Só assim se percebe a sua dimensão e o montante do investimento bem como um conjunto de novas valências que visavam um novo patamar para a saúde na Ilha.




Com a inauguração do novo edifício, chegou a altura de implementar um novo modelo para a USIP que deverá incluir valência hospitalares que permitam tornar as constantes evacuações e transferências de doentes numa exceção e não numa regra.



Não é admissível que se crie o Novo Serviço de Urgência Médico-cirúrgico sem as seguintes especialidades médicas: Medicina Interna, Pediatria, Cirurgia e Anestesiologia. A estas deve ser atribuído o regime de permanecia a fim de assegurarem um Serviço de Urgência devidamente equipado, sejam por quadros da USIP ou do Serviço Regional de Saúde, em rotação.



Acrescem ainda o pleno funcionamento das SIV´s, a ambulância e as consultas na Ponta da Ilha e as consultas de especialidade em gabinetes tecnicamente preparados para o efeito, incluindo cirurgia ambulatória. A título de exemplo: Oftalmologia, Cardiologia, ORL, Obstetrícia/Ginecologia, Ortopedia, Fisiatria e ainda um gabinete de Imagiologia com equipamentos de TAC e ECO para além da radiologia convencional. Sempre numa perspetiva de otimização dos recursos existentes na Região.



Os deputados eleitos pelo Pico, nas listas do PS, consideram, e propuseram, ser de manter um Serviço de Atendimento Noturno/Triagem nas Lajes e em São Roque, porque estes Centros de Saúde manterão o internamento, implicando por isso a permanência física simultânea de dois enfermeiros no período entre as 20h00 e as 08h00, sendo um afeto à viatura SIV - como é sabido esta viatura tem baixo número de solicitações. Este serviço permite que qualquer utente destes dois Concelhos, que se desloque pelos seus próprios meios, seja assistido no seu Centro de Saúde para uma primeira triagem, qualitativamente melhor do que acontece agora – o enfermeiro afeto à SIV possui conhecimentos acrescidos em Suporte Avançado de Vida - e para posterior seguimento, em articulação com o médico do Serviço de Urgência. Trata-se, aliás, de um procedimento seguido em países altamente desenvolvidos como é o caso da Dinamarca.




Consideram ainda que, sem estarem criadas todas as condições atrás referidas, não podem nem devem ser alteradas as funcionalidades dos Centros de Saúde das Lajes e de S. Roque, sob pena de se penalizar de forma grave e desumana os seus utentes.

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