Ir por onde se pode e deve e não
por onde se quer
A sessão plenária da semana passada da
Assembleia Legislativa Regional foi dedicada ao debate e votação dos Plano e
Orçamento Regional Anual para 2014. Apesar de um debate muito morno, os
documentos foram aprovados por larga maioria.
Não
sendo um plano de investimentos uma mera elencagem de projetos e ações não
deixa, contudo, de ser a planificação da execução material do investimento
público para o ano em causa. No que ao Pico diz respeito, os documentos
analisados sintetizam os compromissos assumidos com os Picoenses, procurando
dar resposta às necessidades sentidas e cumprindo compromissos, fundamentais
para o nosso desenvolvimento.
Não
deixou contudo de ser estranho que, sendo as duas grandes inovações do Plano o
“HUB” Atlântico e o Plano Integrado de Transportes, dos mesmos pouco ou nada se
tenha falado. Falta de convicção ou incerteza relativamente aos resultados
finais?
Relevante
foi a abordagem, embora ligeira, ao projeto COSTA – CO2 & Ship
Transport Emissions Abatement by LNG – que visa desenvolver condições quadro
para a utilização de Gás Natural Liquefeito (LNG) como combustível em navios,
substituindo o fuel, e que poderá vir
a ser importante no tráfego interno e na cabotagem insular, mas é irrelevante
para efeito de estabelecimento de um “HUB” Atlântico.
A
integração dos portos dos Açores em cadeias logísticas internacionais, se
possível, é desejável. Todavia, deve constituir-se como primeira preocupação melhorar
o que já temos, dando a algumas infraestruturas o destino para que foram
concebidas, racionalizando e melhorando serviços.
Nesse
sentido, podíamos e devíamos passar a efetuar o abastecimento de graneis
líquidos às ilhas da Graciosa, de S. Jorge, do Pico, do Faial e das
Flores/Corvo, a partir do Terminal de Graneis Líquidos da Praia da Vitória, em
contentores cisterna, incentivando e incrementando o mercado interno. O atual
navio que efetua esse abastecimento, a granel, custa 4M€ por ano. O quadro que
se segue exemplifica, para cada porto, o potencial de crescimento.
|
TOTAL 3 ANOS
|
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CIATERNA DE
|
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ILHAS
|
2010/2011/2012
|
MÉDIA ANUAL
|
20.000
|
IDA
E VOLTA
|
Terceira
|
3.200.000
|
1.066.667
|
53
|
107
|
Pico
|
62.851.016
|
20.950.339
|
1.048
|
2.095
|
Faial
|
89.640.291
|
29.880.097
|
1.494
|
2.988
|
Graciosa
|
18.086.149
|
6.028.716
|
301
|
603
|
S. Jorge
|
44.197.165
|
14.732.388
|
737
|
1.473
|
Flores/Corvo
|
16.301.329
|
5.433.776
|
272
|
543
|
TOTAL
|
|
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3.905
|
7.809
|
TOTAL 3 ANOS
201072011/1012 - Total
de combustível descarregado em cada porto nos 3 anos referidos;
MÉDIA ANUAL
- Média do combustível descarregado em cada porto nos 3 anos
referidos;
CISTERNA DE
20.000
- Contentor cisterna de 20 pés com capacidade para 20.000 litros;
IDA E VOLTA
- O contentor cisterna faz sempre dois percursos; na ida cheio e no regresso
vazio.
Libertando-nos
do custo inerente ao fretamento do atual navio, ficamos com capacidade
financeira para apoiar a aquisição do equipamento de transporte que tem uma
vida útil de cerca de vinte anos, e libertamos fundos para pagar o transporte
que será anualmente inferior a metade do custo de fretamento do navio,
atualmente, ao serviço.
Por
tudo isso sugiro que façamos o possível,
tentemos o impossível, esqueçamos os milagres.
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