SITUAÇÃO
DA LACTOPICO/TRANSFORMAÇÃO DO LEITE NO FAIAL
É de todos conhecida a
situação atual da LACTOPICO. Contudo, nunca é demais lembrar que esta
cooperativa deve três milhões de euros à banca, deve um milhão de euros aos
produtores de leite – donos da cooperativa – tem também dívidas a fornecedores
e tem custos de funcionamento, fixos mensais, de cerca de sessenta e cinco mil
euros.
Lembro, mais uma vez,
que os apoios governamentais entre 2007 e 2012 ascenderam a 4.020.969,00€.
Lembro também que ao longo de todos esses anos foram os cooperantes –
produtores de leite e donos da cooperativa – quem, legitimamente, elegeu os
corpos sociais que levaram a cabo a sua gestão e pela qual são responsáveis.
Não é por acaso que não
afirmei - únicos responsáveis. Estou convicto que os anteriores Governos
Regionais ao não acompanharem o destino das verbas que para a Lactopico, e outras
cooperativas, foram transferidas, são também, no mínimo por omissão,
corresponsáveis pela situação atual.
Bem sei que a proposta
de enviar o leite para o Faial foi feita pela Direção da Lactopico e que foi
complementada com a proposta de um novo paradigma para a transformação futura
do leite no Pico. Não querendo, por falta de conhecimentos técnicos,
pronunciar-me sobre a proposta da Direção da Lactopico, direi que a solução
encontrada, do ponto de vista económico/financeiro – recuperação e reconversão
da fábrica atual – se devidamente enquadrada, redução dos custos fixos para
menos de metade e produção de queijo de maior valor acrescentado, é,
indiscutivelmente, a melhor solução.
Assim sendo, ater-me-ei ao envio do leite para
o Faial, tendo obviamente presente que o Governo Regional se comprometeu a
apoiar o transporte e a garantir a manutenção dos postos de trabalho.
Transportar 7 Milhões
de litros de leite por ano para o Faial custa cerca de 320 mil euros – 131 mil
euros de transporte terrestre no Pico e no Faial, 98 mil euros de transporte
marítimo, 90 mil euros de amortização anual das cisternas criogénicas – sem
considerar a operação portuária.
Acresce que a
manutenção da garantia dos postos de trabalho, garantia que não é legalmente
possível assegurar porque, findo os cursos de formação em que eventualmente
venham a ser integrados, não há forma legal de manter qualquer tipo de apoio a
não ser o subsídio de desemprego. Partindo contudo do pressuposto de que tal
seria possível, o custo anual será da ordem dos 280 mil euros/ano.
Em síntese, a laboração
do leite da Lactopico no Faial teria um custo anual total de cerca de 320 mil
euros mais 280 mil euros de trabalhadores inativos. Ninguém de boa-fé acredita
que esta possa ser uma solução provisória e quando deixar de o ser, deixarão
também de existir apoios ao transporte e esse será o primeiro passo para o fim
da produção de leite no Pico.
Assim sendo, devo
deixar claro que sou absolutamente contra a solução proposta, sendo meu
entendimento que com metade deste montante, devidamente protocolado e
acompanhado, é possível manter a laboração no Pico – a comissão técnica
garantiu ser possível laborar o leite no Pico duranta a fase de transformação
da fábrica existente – e manter os trabalhadores no ativo durante o tempo
necessária à implementação da nova solução.
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